COSMOPOLITA E CARIOCA

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Capítulo 1

O Procurador

 

Foi no final do mês, 29 de junho de 2014, o ano era dela.

Estava fazendo faculdade de Cinema, havia desfilado na Sapucaí, tinha um blog super descolado, ela era a própria Carrie Bradshaw carioca, escritora, badalada e antenada com a moda.

Após inúmeros bolos, como: “vou andar patins e depois te ligo”, “vou gravar hoje quando chegar te aviso”, continuei insistindo.

Lagoa Rodrigo de Freitas

Conde de Bernadote, Leblon, Rio de Janeiro, avistei as pernas mais bonita que a zona sul poderia ter visto, ela usava um scarpin com uma parte de veludo e a outra transparente, tipo Cinderela, mas já passava da meia noite, aquele dia eu insisti, ela tinha ido ao teatro e depois da peça na Tijuca iria me encontrar… foi, finalmente foi, apareceu…

Cada passo que ela dava eu analisava sua sensualidade, como um scaner, uma saia curta, provocante e uma camisa preta com botões até o pescoço, ela era uma mistura de ousadia e mistério.

Quando a cumprimentei senti o rubor de suas bochechas, estavam quentes, havia timidez e excitação naquele rosto lindo … me surpreendi, logo ela, despojada, atriz e atrevida…

Ali na rua mais badalada do Leblon: silêncio, eu só conseguia vê-lá… como nos filmes, uma perna passando pela outra lentamente, a maneira com a qual passava a mão nos cabelos que eram escuros com mechas loiras, de novo a dualidade, a discrição e o exibicionismo.

Quando ela entrou no carro não conseguia olhar nos meus olhos, e logo lançou: to tímida

Quase a agarrei, a abracei pra sussurrar no seu ouvido: não fique, não quero te assustar!

Senti seu perfume doce, como era sua voz… Fiz uma piada para descontrair, mas ela sempre sagaz ganhou de mim no trocadilho…

_ E aí como anda a vida de atriz pornô ?

_  Difícil, a gente engole cada coisa!

Ri sem graça, o tiro saiu pela culatra…

Paramos no Palafitas, mas ainda não era hora de entrar, no carro, ela falando de seus projetos, a ênfase no Cosmopolita e Carioca…

Ele tocou em minhas mãos, no sentido de me acalmar, mentira, queria me tocar e a química era tão grande, tão destruidora( em todos os sentidos)que senti uma grande onda passando pelo meu corpo, só de sentir sua pele na minha…era recíproco, eu percebi em seus olhos,  tentei desviar, falei do parque dos patins e quando voltei  a ele senti seus lábios macios, um beijo quente, intenso, forte, sexy… seu toque firme, sua voz viril dizendo “te quero”… foi ali naquele beijo que iniciei meu abismo.

Foi ali que comecei a rasgar minha existência.