Perdoe-me o pleonasmo,mas pra falar do Rio é fundamental.Cheguei na cidade maravilhosa de mala e canga há 3 anos, e tanto o Cristo quanto os cariocas me receberam de braços abertos.
Talvez pela própria geografia, esses braços viraram abraço, fui envolvida pela sinuosidade das montanhas, a mesma presente nas curvas esculturais onduladas e flexuosas das cariocas, que reluzem em todas estações.
Aqui todos são deuses, enfeitiçam com o sassaricar do carnaval, aqui todo quadril tem vida própria. Hipnotizam com o canto e musicalidade e não há mastro que resista, carioca tem selo de felicidade porque vive num cartão postal.
Mas para os que invejam a estampa de alegria regalada do carioca, eu explico o porquê de tanta motivação.É o sorriso sensual de Copacabana, a curvatura azul da Guanabara, o chopp da muretinha da Urca, despretensioso…a liberdade de chegar as 3 da manhã na balada e depois ver o sol nascer na praia, a oscilação no humor que ora é marra e ora é Gentileza, porque temos um mestre pra seguir.Há algo de sobrenatural e profano que só se experimenta no Arpoador, aqui todos estão extasiados de tanta beleza, a vida é pautada pelo frenesi.
Naquelas tardes de caminhada no calçadão eu silenciava minha mente e me enchia de paisagem, era certeza que o “Rio de Janeiro era um estado de espírito”.