Hello fabulous!!!
Estavam pensando que a putaria a pauta havia acabado, né???
Não, keridinhos! A prostituta da arte atriz teve uma fase meio “Meneguel”. Todos sabem que a rainha dos baixinhos teve um affer com o mercado voltado para o público adulto e esse blog eh direcionado para vocês, maiores de 18 centímetros. Mas a moça da ”chuca” (liga que ela colocava no cabelo para fazer chiquinhas) iniciou a carreira fazendo filmes eróticos e depois migrou para os programas infantis.
Meu caso, caro leitor, foi: um blog para os bem dotados e um flerte na Disneylândia.
Let’s à biografia:
Todo ano no Natal vou para Gyn comer peru, mas ano passado resolvi estender a temporada, ficar para a virada e entrar o ano no Cerrado, onde há troncos grossos e galhos retorcidos.
Depois das festividades, recebi um convite para fazer um musical, o infantil: “O Corcunda de Notre Dame”. Era algo irrecusável porque: 1)eu seria a protagonista; 2)viajaria vários estados do Brasil e 3)teria que emagrecer (afinal, era Disney, não mulher fruta) e o perfil para esse tipo de espetáculo eh Slim e todos sabem que o pau pequeno da mulher eh estar acima do peso, então aceitei o desafio.
Todo o processo de ensaio e preparo para a personagem foi uma mistura de regime militar com 50 tons de cinza.
Disciplina era a palavra de ordem: ensaios de segunda a sábado, academia, dieta, leitura, laboratório.
Um período de total dedicação, cheio de hematomas pelo corpo, porque minha mocinha, além de dançar cinco coreografias, ainda lutava e cantava. Cada segundo do meu dia era dedicado à cigana Esmeralda. Digamos que essa eh a fase número um da sedução, onde você estuda a sua presa, pesquisa quais restaurantes o boy gosta de ir, que tipo de filme assiste, quais países ele conhece, se usa cueca box Calvin Klein ou tradicional e se já pegou alguma de suas amigas. Quanto mais informação, mais êxito.
Seguidores de Freud sabem que energia sexual está atrelada a criatividade; então, quanto mais tesão melhor o trabalho. Conclusão: Mereço o Oscar.
Digamos que antes de entrar em cena tenho vontade de pular nos coleguinhas de elenco, o que torna minha vida muito difícil, porque 90% da classe gosta do que eu gosto: um membro túrgido. Então, eu, filha de Dionísio (Deus do Teatro, Vinho e do Sexo) tive que aprender a lidar com esse impasse, apesar de ter sempre um iluminador, produtor ou contra-regra hétero (com muita sorte o diretor) dando em cima de você. Mas a verdade eh que identifiquei que aquele arrebatamento que eu sentia não tinha finalidade: “Quero transar!”, eu diria.
Era algo quase espiritual (herege), era uma pulsão de vida, todos os meus desejos, toda minha vivacidade, entusiasmo e alegria condensados naquilo que eu denominava tesão. O dia que percebi que aquele ímpeto, era o ápice da minha libido, me consumi por aquele sentimento, sinergicamente, numa embriaguez profana de arte e subjetividade.
Não, caro leitor, não fui me masturbar, eh preciso mais que dedos ou um vibrador para tal simbiose. Sinto toda a vibração, acumulo toda a energia e a dissipo no palco, atuando com todo vigor, segurança e fé cênica. Transcendo.
Se atrizes tem fama de “Tá indo para a Espanha?”, imagine depois dessa declaração.
Quando eu pisava naquele palco, seja em Palmas, Bahia, BSB , ou outro local, existia só a força e subjetividade da Milena, o resto era Esmeralda, luminosa, autêntica, radiante; minha voz e entonação era de alguém de Notre Dame. Meu requebrado incandescente era de uma cigana, minha postura ereta e levemente sensual era de uma mulher forte, que acreditava nas pessoas, mas não de forma pueril, desafiando o outro a ser bom. Meu corpo febril reverberava toda aquela preliminar estudada minuciosamente.
O aplauso do público era meu orgasmo. Praticamente espasmos de tanta paixão.
Agradeço imensamente a todos que fizeram parte deste processo, doloroso fisicamente, mas extremamente prazeroso.
E por fim tive minha versão “Orange is the new black”, mas quero deixar claro: Meninas, eu não chupo, mas fiquem à vontade para usar a língua (caso haja um ménage). Fiz meu primeiro longa, da diretora Adriana Vasconcelos, o filme 3X4. Gravei num presídio de verdade, o Colméia, na área do semi aberto, a experiência mais intrigante da minha vida. Vi o sol nascer quadrado.
Confrontar com tanta diversidade, conversar com aquelas mulheres cheias de histórias, complexidades e contradições foi o ponto alto do meu filme particular. O que mais me emocionou foi perceber a alegria daquelas mulheres por serem representadas. Era como estivéssemos dando voz a elas, autoestima, resgatando-as do limbo social. Naquele exato momento elas deixavam a invisibilidade. Meu Deus, como foi bom interpretar algo tão distante de mim, fazer a diferença quando exerço com totalidade minha função de atriz, que eh transformar a banalidade em especialidade, ser um agente social e suscitar discussões, gerar confronto intelectual e promover mudanças efetivas.
Como podem ver, foi um semestre de extrema estimulação. Orgasmos múltiplos são só o preâmbulo dessa nova fase do blog. Em breve conto para vocês sobre a tão sonhada ejaculação feminina. Mas calma, caro leitor! No próximo texto te digo em que posição (geográfica) estou e como atingir o ponto G num set, num palco ou na cama.